Festival Credial
Qual Sudoeste qual Paredes de Coura, com esta descrição este é sem dúvida o verdadeiro festival de verão:
"Qual Shakira?É Ana Malhoa!
Cristiano Pereira, Pedro Correia
Das colunas solta-se uma versão de "Just like a prayer", da Madonna, apesar de não se vislumbrar qualquer artista em palco. Mas esta voz de travesti (isto não é dito com sentido pejorativo; é apenas uma mera constatação) não dá azo a equívocos é Ana Malhoa quem aí vem. Subitamente, ouve-se um vrum, vrum - O que é isto? Um carro? Não, é uma mota. Uma mota? Sim, tal como os Manowar nos seus tempos áureos, também Ana Malhoa entra em palco montada numa mota conduzida por um sujeito que mira a assistência com ar ameaçador, espécie de pugilista com a musculatura tatuada. Hey lá!
Estamos em Ponte de Lima e é a última noite do Festival Credial. É, também, a noite mais concorrida de todo o fim-de-semana - 12 mil cá dentro. E Ana a dominar, as botas de cano alto subidas até às coxas, um soutien aos quadrados pretos e brancos , o piercing cintilante cravado no umbigo. A seu lado há um sujeito com penteado à guitarrista dos Exploited - crista punk avermelhada - a agitar um capote, aqueles panos dos toureiros. Ana tenta cativar a plebe, apelando à festa "Vá", desafia, "toca a levantar os braços! O colega do lado não se importa e não cheira a cebola - afinal, vocês pagaram bilhete". Ana está em grande.
Algures entre uma Shakira e uma Daniela Mercury, Ana arrebita-se numa sensualidade provocante. "Ela tem ar de bardajona e, apesar de muitos não admitirem, os homens gostam disso", opina um jovem que preferiu não se identificar apesar de ser uma célebre figura da divulgação da música popular na blogosfera. O concerto termina após um número com cuspidoras de fogo - "Atenção meninas, isto não é momento de depilação!", adverte a artista. Segue-se o muito aplaudido Fernando Rocha, verdadeira máquina a debitar palavreado impróprio na sacristia. A euforia assume uma dimensão maior com a chegada de Toy, o grande, enormíssimo Toy, o Iggy Pop da cena lusitana. O homem é uma figura. Artista multifacetado e polivalente, não se inibe em percorrer a pop, a balada, o rock. E até se senta à bateria para mostrar o que vale. O auge do concerto acontece no momento em que Toy tem a feliz ideia de expor a sua faceta de rapper. Sim, ele desata a palrar rimas improvisadas enquanto gesticula os braços - para quando uma colaboração com Sam The Kid?
Enquanto abana o joelho e rodopia sobre si mesmo, Toy ainda canta músicas sobre "presunto com um pedaço de pão" e uma outra em alemão só para, diz ele, "provar que não temos nada contra a música internacional". Soberbo.
E agora? Quem falta? É Emanuel, o responsável pela nomenclatura pimba que inquieta tanta gente. O homem abre a actuação com a seminal "Que grande bronca" e o mulherio agita no ar flores aos molhos, algo que nos lembra os vídeos dos concertos dos Smiths nos anos 80. Emanuel não está com tangas - "E se elas querem um encosto à maneira?", pergunta, o microfone direccionado para a populaça. A resposta não tarda "Nós pimba!". Pelo meio, há uma canção em ritmo reggae. A actuação finda com os machos a sintonizar as pupilas no trio de bailarinas com vestidos prateados. E há quem berre: "Ah, bela charcutaria!".
"
in Jn
"Qual Shakira?É Ana Malhoa!
Cristiano Pereira, Pedro Correia
Das colunas solta-se uma versão de "Just like a prayer", da Madonna, apesar de não se vislumbrar qualquer artista em palco. Mas esta voz de travesti (isto não é dito com sentido pejorativo; é apenas uma mera constatação) não dá azo a equívocos é Ana Malhoa quem aí vem. Subitamente, ouve-se um vrum, vrum - O que é isto? Um carro? Não, é uma mota. Uma mota? Sim, tal como os Manowar nos seus tempos áureos, também Ana Malhoa entra em palco montada numa mota conduzida por um sujeito que mira a assistência com ar ameaçador, espécie de pugilista com a musculatura tatuada. Hey lá!
Estamos em Ponte de Lima e é a última noite do Festival Credial. É, também, a noite mais concorrida de todo o fim-de-semana - 12 mil cá dentro. E Ana a dominar, as botas de cano alto subidas até às coxas, um soutien aos quadrados pretos e brancos , o piercing cintilante cravado no umbigo. A seu lado há um sujeito com penteado à guitarrista dos Exploited - crista punk avermelhada - a agitar um capote, aqueles panos dos toureiros. Ana tenta cativar a plebe, apelando à festa "Vá", desafia, "toca a levantar os braços! O colega do lado não se importa e não cheira a cebola - afinal, vocês pagaram bilhete". Ana está em grande.
Algures entre uma Shakira e uma Daniela Mercury, Ana arrebita-se numa sensualidade provocante. "Ela tem ar de bardajona e, apesar de muitos não admitirem, os homens gostam disso", opina um jovem que preferiu não se identificar apesar de ser uma célebre figura da divulgação da música popular na blogosfera. O concerto termina após um número com cuspidoras de fogo - "Atenção meninas, isto não é momento de depilação!", adverte a artista. Segue-se o muito aplaudido Fernando Rocha, verdadeira máquina a debitar palavreado impróprio na sacristia. A euforia assume uma dimensão maior com a chegada de Toy, o grande, enormíssimo Toy, o Iggy Pop da cena lusitana. O homem é uma figura. Artista multifacetado e polivalente, não se inibe em percorrer a pop, a balada, o rock. E até se senta à bateria para mostrar o que vale. O auge do concerto acontece no momento em que Toy tem a feliz ideia de expor a sua faceta de rapper. Sim, ele desata a palrar rimas improvisadas enquanto gesticula os braços - para quando uma colaboração com Sam The Kid?
Enquanto abana o joelho e rodopia sobre si mesmo, Toy ainda canta músicas sobre "presunto com um pedaço de pão" e uma outra em alemão só para, diz ele, "provar que não temos nada contra a música internacional". Soberbo.
E agora? Quem falta? É Emanuel, o responsável pela nomenclatura pimba que inquieta tanta gente. O homem abre a actuação com a seminal "Que grande bronca" e o mulherio agita no ar flores aos molhos, algo que nos lembra os vídeos dos concertos dos Smiths nos anos 80. Emanuel não está com tangas - "E se elas querem um encosto à maneira?", pergunta, o microfone direccionado para a populaça. A resposta não tarda "Nós pimba!". Pelo meio, há uma canção em ritmo reggae. A actuação finda com os machos a sintonizar as pupilas no trio de bailarinas com vestidos prateados. E há quem berre: "Ah, bela charcutaria!".
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in Jn
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